A Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, definiu o dia 02 de abril para comemorar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
E qual é a importância dessa data?
Mais estranho que esses comportamentos em si era o fato de eles se emparelharem numa combinação distinta de déficts e talentos. E, entretanto, essa constelação de comportamentos que plasmavam a personalidade de Donald de modo tão abrangente e dramático não tinha nome. Por esse motivo, sua mãe chegou à única conclusão que fazia sentido para ela, contando com as únicas palavras que lhe ocorriam. Com remorso e pesar, escreveu uma carta em que confessava que o seu garotinho era “irremediavelmente louco”. ainda não se inventara o diagnóstico do “autismo”.
DONVAN, ZUCKER (2017)
Mary e Oliver Triplett eram os pais de Donald e tudo o que eles queriam era ajudar seu filho e por isso desencadearam uma série de acontecimentos que levaram à descoberta do autismo de seu filho e à primeira descrição de autismo reconhecida internacionalmente em uma publicação médica.
A história de Mary, Oliver e Donald é contada no livro “Outra Sintonia” e inicia na primeira parte do livro que se passa entre as décadas de 1930 e 1960. O livro conta o que aconteceu desde antes da descoberta do autismo e como as atitudes em relação à ele foram mudando, desde a época em que tínhamos uma sociedade extremamente segregadora e sem nenhum conhecimento sobre o assunto, até os dias de hoje.
Na história do autismo, muitos profissionais debruçaram-se sobre literaturas, estudos de casos, observações e muitos testes com crianças que apresentavam uma série de características diferentes do que já se conhecia, mas os protagonistas dessa história sempre foram os pais.
Empenhados em descobrir o que seus filhos tinham, e decididos a fazer os tratamentos necessários para que evoluíssem, os pais foram peças chave para que toda a história do autismo chegasse onde está hoje.
Por isso hoje, no dia Mundial de Conscientização do Autismo, queremos que os pais sintam-se abraçados! Eles merecem, pois, hoje sabemos que o autismo não é da criança, o autismo é da família, é da equipe terapêutica e médica e é, principalmente, de toda a sociedade, que apesar de, na grande maioria das vezes, ignorar suas existências (pais e filhos), também é peça fundamental nesse “quebra cabeças” chamado Transtorno do Espectro do Autismo – TEA.
Porque é tão importante que a sociedade compreenda o TEA?
O CDC (Center for Disease Control and Prevention – Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA) divulgou no dia 26 de março os novos números da prevalência de TEA nos Estados Unidos. Houve um aumento de 10% em relação ao número anterior (1 para 59 em 2014), ou seja, hoje a prevalência é que a cada 54 crianças nos EUA, uma tem TEA.
No Brasil ainda não temos um número baseado em uma pesquisa de prevalência, apenas um estudo-piloto de 2007 sobre a prevalência dos transtornos invasivos do desenvolvimento no município de Atibaia.
Portanto, pouco se sabe ainda sobre a prevalência no Brasil, a tendência é que os profissionais trabalhem com os estudos realizados em outros países a fim de pensar em políticas de saúde pública e de intervenção.
Portanto, se levarmos em consideração a prevalência norte-americana e o que diz a Organização Mundial de Saúde, que estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil, podemos afirmar que sim, essa deveria ser uma preocupação de toda a sociedade.
Por isso hoje, para comemorar esse dia e conscientizar as pessoas, fazemos um convite para que você envie esse texto para pelo menos 5 pessoas que talvez nunca tenham ouvido falar em autismo, vamos fazer uma corrente de conscientização! A partir de amanhã (03/04) postaremos aqui textos que falam sobre a atuação de cada profissional que atendem pessoas com autismo e fica o convite para que nos acompanhem, se informem mais a respeito e informem outras pessoas que estão na escuridão do conhecimento sobre o que é o TEA.
Joyce Marques
Terapeuta Ocupacional
CREFITO13/11012-TO
Referências:
DONVAN, John; ZUCKER, Karen. Outra Sintonia: a história do autismo. São Paulo, SP. Companhia das Letras, 2017.
RIBEIRO, Sabrina. Prevalência dos transtornos invasivos do desenvolvimento no município de Atibaia: um estudo piloto. São Paulo, SP. 2007.
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