Segundo Cunha (2001), a psicopedagogia busca compreender como ocorrem os processos de aquisição do saber e entender as possíveis dificuldades que o aluno encontra nesse processo. Requer primazia da observação para atingir os demais passos: entendimento, prevenção, atuação e intervenção.
Crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) possuem necessidades educacionais especiais às condições clínicas, comportamentais, cognitivas, de linguagem e de adaptação social que apresentam. Precisam muitas vezes, de adaptações curriculares e de estratégias de manejo adequadas.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais prevalentes na infância. Engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente (dificuldade de comunicação social e interação social; padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses ou atividades).
Também como “Desordem do Espectro Autista”, recebe o nome de Espectro (Spectrum), pois envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai de leve a mais grave, porém todas relacionadas às dificuldades de comunicação e relacionamento social.
Entre os vários atendimentos terapêuticos dos quais uma criança com autismo necessita, a intervenção psicopedagógica é extremamente importante para o desenvolvimento intelectual, social, afetivo e corporal.
Ao profissional da psicopedagogia cabe orientar o processo de ensino e aprendizagem, de forma a promover a aquisição dos conteúdos acadêmicos, respeitando o repertório de habilidades que o indivíduo já possui e adaptar o material acadêmico de acordo, quando necessário, orientando os profissionais que estão envolvidos na comunidade escolar.
No processo de intervenção é preciso que o psicopedagogo esteja consciente das possibilidades educacionais do seu educando, mesmo diante de qualquer inadaptabilidade inicial e para isso é preciso que se escolham os meios eficazes que tornarão o currículo escolar coerente com suas necessidades.
O desafio que o psicopedagogo irá enfrentar é justamente conseguir adaptar um currículo que seja funcional, ou seja, que estimule o desenvolvimento da autonomia e permita que a criança com autismo seja capaz de generalizar suas ações na vida social e que trabalhe a comunicação, permitindo uma qualidade de vida e funcionalidade.
As adaptações curriculares devem ser individualizadas e respeitar o repertório de habilidades acadêmicas, sociais e de linguagem da criança, evoluindo gradativamente dentro de uma perspectiva de aprendizagem. As atividades selecionadas proporcionam a criança em inclusão motivar-se, ficar atenta e realizar a demanda de exercícios com mais autonomia. Todo o processo de ensino/aprendizagem é acompanhado, avaliado e reavaliado, viabilizando o melhor desenvolvimento e evolução de cada currículo.
O papel do psicopedagogo em auxiliar a inclusão escolar somente será eficiente através de um olhar sistêmico, enxergando a escola em seu todo, para saber o que é realmente necessário para que o aluno tenha suas necessidades atendidas por isso faz-se necessário que toda equipe escolar esteja em consonância para que o aluno com TEA tenha suas singularidades e complexidades respeitadas.
ROBERTA PEREZ FORTUNATO TORQUATO
Psicopedagoga Clinica – ABPp nº 249/12
Especialista em Educação Especial
Aperfeiçoamento em Atendimento Educacional Especializado
Especialista em Neuropedagogia.
Leia os artigos anteriores