Alguns questionamentos como: A partir de que idade devo procurar profissionais da reabilitação? Mas ainda não é cedo? Será que essa defasagem não se resolverá com o tempo? Não é exigir demais de um bebê? Mas o que fazer com um bebê nos primeiros meses de vida? São muito comuns para pais, familiares e muitos profissionais.
Dois pontos principais devem ser levados em conta. O primeiro é o padrão evolutivo e maturacional normal do desenvolvimento neuropsicomotor. Sim, existe um padrão maturacional normal, que pode apresentar pequenas particularidades, mas que tende a seguir um “modelo”. O segundo é exposição do bebê à fatores que possam interferir na normalidade desse padrão, tais como prematuridade; histórico de intercorrências pré, peri e pós natais; síndromes em geral; lesões cerebrais, ou atraso isolado do desenvolvimento. O cérebro imaturo está totalmente suscetível à interferências internas e externas.
A partir do nascimento existe uma explosão de estímulos aos quais o bebê é exposto, são esses provenientes do ambiente no qual estão, do contato com os pais e do seu próprio repertório neuromotor; e esses estímulos interferem direta ou indiretamente no seu desenvolvimento global.
Os primeiros 3 anos de vida, e principalmente os 12 primeiros meses são de fundamental importância nesse desenvolvimento; consequentemente tudo que se identifica nesse período também.
Sendo assim o melhor momento para se procurar avaliação e intervenção é aquele em que se percebe qualquer desvio da normalidade, seja por causas estruturais e circunstanciais pré existentes e aparentes, ou apenas intuitivas de que algo não está bem, seja esse desvio mínimo ou não.
Essa avaliação pode ser realizada a partir das primeiras semanas de vida por profissionais especializados e habilitados, que utilizarão ferramentas avaliativas específicas, escolhidas de acordo com cada caso.
A avaliação precoce direciona um atendimento inicial com estratégias valiosas para minimizar danos e oferecer ao bebê ou à criança o melhor ambiente e potencial para seu desenvolvimento.
A partir do conhecimento do profissional acerca do real estágio de desenvolvimento neuropsicomotor do bebê , do “padrão maturacional normal”, da repercussão de possíveis fatores de risco e de características de patologias, este poderá direcionar a família para profissionais importantes, para que a equipe interdisciplinar possa traçar a melhor estratégia terapêutica e/ou de orientação para cada criança e família.
O objetivo da intervenção precoce será sempre minimizar os déficits e oferecer ao bebê e à família as melhores condições para o desenvolvimento dentro de cada particularidade, e está totalmente atrelada ao princípio da neuroplasticidade cerebral, altamente eficaz nos primeiros anos de vida.